Lana, que texto maravilhoso. A Argentina é terrível mesmo nesse aspecto. Uma amiga morou lá e, na época, era casada com um chileno. Ela contava que o marido era apontado e xingado na rua constantemente. E ela, brasileira e baiana que não levava desaforo pra casa, sempre rebatia, xingava de volta, chamava de racista. "um bando de lascado que não tem o que comer falando de meu marido? Que não toma banho direito? Não ficava quieta não, amiga". Era por volta de 2009, 2010...e a Argentina já estava em crise econômica.
Lana, esse problema do racismo tem uma raiz muito colonial européia mesmo. E pode expandir esse sintoma para cima no globo: Uruguai, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. (Sou paranaense então conheço as cria)
Eu mudei pra Londres tem um tempão e um amigo de infância la do meio da roça paranaense veio me visitar. Durante uma passeada em um bairro rico, ele larga o um petardo tão racista e desgraçado que minou nossa amizade para sempre: "Tem bastante preto aqui né?"
Passou um conversível caro, esportivo, com outro preto dirigindo: "Deve ser jogador de futebol"
Aqueles comentários estavam tão entranhados em uma cultura racista que a vivência dele era sempre justificar o não óbvio com esses disparates justificados.
Tenho uns parentes em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Esse sintoma da 'descendência de senhor de engenho madeireiro bandeirante do sul' é entranhado nos pequeninos detalhes e comentários que furam como umas pulguinhas invisíveis, mas que estão sempre incomodando.
Ah, com relação ao amigo de infância: nossa amizade morreu uns meses depois por divergências religiosas e políticas.
Lana vc arrasa muito 💓💓💓💓 a sua escrita e sem igual. Amo ler oq vc escreve tanto aqui, quanto no Instagram, vc sempre joga as verdades e eu me sinto tão bem informada🥳💓💓 É incrível como eu concordo com tudo que vc escreve rsrs🙏🙏😻 nunca pare e escrever, pvfr🙏🙏🙏obrigadaaa por isso e obrigada por existir pra gente ler esses textos sempre maravilhosos.💓
O mais curioso Lana é que a maioria da população argentina está muito mais próxima de ser indígena do que branca, principalmente nas classes mais baixas.
Meu marido é filho de argentino, uma familia pobre, ainda hoje todo mundo trabalha em fábrica de carro ou como doméstica, todos têm um forte fenótipo indígena, mas realmente eles parecem não entender direito essa questão do racismo, você fala algo e eles até concordam, mas parece que não 100%. Fora que repetem e usam termos muito ofensivos com naturalidade, sobre negros, sobre "los chinos" e etc
Uma anedota rápida para finalizar: na última vez que estivemos lá, sua tia estava assistindo uma novela em que cada episódio trazia um problema resolvido ao final por um milagre de N Senhora. Naquele dia o problema era que uma loira havia tido um filho negro e ninguém o aceitava, milagrosamente se descobriu um parente negro que ninguém conhecia e tudo se resolveu.
Lana, que texto maravilhoso. A Argentina é terrível mesmo nesse aspecto. Uma amiga morou lá e, na época, era casada com um chileno. Ela contava que o marido era apontado e xingado na rua constantemente. E ela, brasileira e baiana que não levava desaforo pra casa, sempre rebatia, xingava de volta, chamava de racista. "um bando de lascado que não tem o que comer falando de meu marido? Que não toma banho direito? Não ficava quieta não, amiga". Era por volta de 2009, 2010...e a Argentina já estava em crise econômica.
Lana, esse problema do racismo tem uma raiz muito colonial européia mesmo. E pode expandir esse sintoma para cima no globo: Uruguai, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. (Sou paranaense então conheço as cria)
Eu mudei pra Londres tem um tempão e um amigo de infância la do meio da roça paranaense veio me visitar. Durante uma passeada em um bairro rico, ele larga o um petardo tão racista e desgraçado que minou nossa amizade para sempre: "Tem bastante preto aqui né?"
Passou um conversível caro, esportivo, com outro preto dirigindo: "Deve ser jogador de futebol"
Aqueles comentários estavam tão entranhados em uma cultura racista que a vivência dele era sempre justificar o não óbvio com esses disparates justificados.
Tenho uns parentes em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Esse sintoma da 'descendência de senhor de engenho madeireiro bandeirante do sul' é entranhado nos pequeninos detalhes e comentários que furam como umas pulguinhas invisíveis, mas que estão sempre incomodando.
Ah, com relação ao amigo de infância: nossa amizade morreu uns meses depois por divergências religiosas e políticas.
Lana vc arrasa muito 💓💓💓💓 a sua escrita e sem igual. Amo ler oq vc escreve tanto aqui, quanto no Instagram, vc sempre joga as verdades e eu me sinto tão bem informada🥳💓💓 É incrível como eu concordo com tudo que vc escreve rsrs🙏🙏😻 nunca pare e escrever, pvfr🙏🙏🙏obrigadaaa por isso e obrigada por existir pra gente ler esses textos sempre maravilhosos.💓
O mais curioso Lana é que a maioria da população argentina está muito mais próxima de ser indígena do que branca, principalmente nas classes mais baixas.
Meu marido é filho de argentino, uma familia pobre, ainda hoje todo mundo trabalha em fábrica de carro ou como doméstica, todos têm um forte fenótipo indígena, mas realmente eles parecem não entender direito essa questão do racismo, você fala algo e eles até concordam, mas parece que não 100%. Fora que repetem e usam termos muito ofensivos com naturalidade, sobre negros, sobre "los chinos" e etc
Uma anedota rápida para finalizar: na última vez que estivemos lá, sua tia estava assistindo uma novela em que cada episódio trazia um problema resolvido ao final por um milagre de N Senhora. Naquele dia o problema era que uma loira havia tido um filho negro e ninguém o aceitava, milagrosamente se descobriu um parente negro que ninguém conhecia e tudo se resolveu.